domingo, 7 de setembro de 2008

Dois minutos é muito tempo, é o caos


Ontem, 19 horas, peguei o telefone do gancho para discar para a polícia. Meu objetivo foi avisar a Brigada Militar de que um automóvel estava parado em frente a minha residência há dois dias. Tomei esta iniciativa movido pela suspeita de que fosse mais um caso de roubo, onde após utilizar o carro para fugir ou para efetuar um novo assalto, o miliante o abandona em algum lugar escuro da cidade e sai caminhando naturalmente. Mas retornando à idéia principal, qual não foi meu espanto ao ficar no aguardo de atendimento por quase dois minutos após ter discado para o 190, que em tese é um número de 'emergências'.

Findado este período de agoniante espera (digo isso porque a minha expectativa ao discar para a central era a de ser atendido imediatamente, ao primeiro toque), um soldado do BPM atende esbaforido e se identifica: "Soldado fulano de tal, em que posso ajudar?" Então, após me apresentar, dei início ao relato do motivo de minha ligação. Expliquei-lhe o fato, o informei das placas e, ao final ele me fala de que não havia nenhuma queixa de roubo registrada. "Ok, melhor assim", encerrei.

Fui obrigado a relatar o motivo que me fez ligar para a polícia porque fazia parte do contexto. Ficaria estranho se eu dissesse que liguei para o 190 e registrasse meu espanto por ter ficado esperando por quase dois minutos por atendimento, sem ter comunicado o motivo de minha ligação. O que quero transmitir, neste texto, é o meu sentimento de total insegurança. O motivo da minha ligação não foi uma emergência, mas e se fosse? E se fosse uma senhora idosa, sozinha em casa, que ao perceber um movimento estranho no pátio de sua casa pegou o telefone para pedir socorro??? Nós, gaúchos, estamos em um navio à deriva, sendo guiados por instituições falidas. E eu que pensava que pelo menos que pelo menos dentro das guarnições existiam brigadianos? Ledo engano...