quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma Grande Depressão até que não seria ruim...


Hoje, no IPA, eu e alguns colegas do meu grupo de trabalho fomos ao encontro de um professor de economia para entrevista-lo. Nos dirigimos até o prédio onde ele estava dando a sua aula com o objetivo de saber do professor sobre quais índices econômicos as universidades se baseavam para acrescentar o tão famoso reajuste nas mensalidades dos alunos. No entanto, a expectativa que tínhamos nessa direção foi frustrada, uma vez que o mesmo alegou desconhecimento do assunto.

Porém, quando chegamos ao local para gravar a entrevista, a sala de aula estava praticamente vazia, restando nela apenas o professor e um único aluno. Chegamos de fininho, sem estardalhaços, e nos pusemos a ouvir as explicações que o professor (desculpem, mas eu não lembro o nome dele, hehe!) dava ao estudante sobre a crise na economia norte americana que está abalando o mundo inteiro.

Foi nesse ínterim (onde chegamos a sala e a conversa que o professor estava tendo com o seu aluno) que aproveitei para me inteirar sobre a crise, pois confesso que conhecimentos econômicos não são o meu forte. Então aguardei por uma pausa no monólogo para questionar o professor sobre quanto tempo ele achava que esta crise ainda iria durar, ao que ele, de maneira estranhamente otimista, respondeu que não iria perdurar por muito tempo.

Mas eu não me convenci! Não satisfeito continuei a questioná-lo e ele sempre tomando cuidado com suas respostas, no mínimo é um desses adeptos do politicamente correto. Mas como eu fui insistente, ele não se agüentou mais e disparou: “Meu conselho é que se alguém tiver dinheiro em banco que retire agora e o guarde debaixo do colchão, pois não tardará para crise chegar até aqui”.

Quando enfim resolveu abrir o bico, o homem apavorou a todos ao considerar a hipótese de uma nova Grande Depressão, como a de 1929, que como sabemos acabou sendo o estopim da Segunda Guerra Mundial. Céééuus, preteou os olhos da gateada!

Se realmente as previsões deste professor se confirmarem, haverá uma grande quebradeira, acompanhada de um aumento abusivo nos preços dos alimentos e de um número incomensurável de homens e mulheres desempregados. Mas como eu sou louco e sempre sonhei com uma revolução ideológica, onde os indivíduos agissem como homo sapiens e não como macacos, esse cenário me agrada e muito!

Por quê? Simplesmente porque, como eu já disse antes, a grande maioria das pessoas é egoísta e só toma alguma providência quando o seu rico bolsinho é atingido. Quem sabe com a ocorrência de uma nova Grande Depressão nossa geração não acorde para a necessidade imprescindível de se preocupar e debater problemas sociais, de encarar a sua existência como algo além de responsabilidades e cuidados exclusivamente pessoais.

Há muito tempo o mundo está convocando o homem para o exercício de sua cidadania, para a promoção de um amplo debate de idéias, mas este sempre dá de ombros. Claro, para que deixar de lado a comodidade do seu lar, seu sofá macio, o afago do seu cão, as brincadeiras com seu filho no tapete da sala, se esses problemas sociais não seus, não é mesmo?

A natureza já deu vários recados, nem mesmo a ameaça da falta de água no planeta foi suficiente para mobilizar o ser humano. Mas o dinheiro, ahhhh, o dinheiro consegue, disso eu não tenho a menor dúvida! Bufunfa, money, bem-me-quer, faz-me-rir, din-din, este detém o poder universal.

Quanto maior for o número de empresários que tiverem suas fortunas arruinadas e, maior for o número de trabalhadores sem emprego, maior será a reflexão interna e externa, a auto-avaliação de seus deveres cívicos, o debate de idéias. Quanto mais profundo for o buraco, maior será a mudança. É isso o que eu penso, é nisso que eu acredito!

Que venha a depressão e que o homem aprenda a agir e pensar como ser dotado de inteligência que é, e não como robôs criados e dominados pelo capital. Muitas coisas erradas precisam ser discutidas, mas para isso faz-se necessária a sua participação.

Um comentário:

  1. Realmente, os contornos da economia levam a esta hipótese. Mas não acredito que uma grave crise econômica nos tire da inércia social. Quando o Collor confiscou a poupança, muita gente ficou sem nenhum, com dívidas e perderam bens por isso. Muitos se suicidaram, ninguém foi no Palácio da Alvorada tirar satisfação.

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