Brizola foi "o cara"

Estava eu conversando sobre política com a minha mãe dia desses quando ela manifestou que político bom mesmo era o Brizola. Ignorantemente, argumentei com minha mãe que se o Brizola tivesse sido 'assim tão bom' não teria feito a votação insignificante que fez na corrida presidencial de 1994, quando conseguiu a proeza de fazer menos votos que o cardiologista maluco Enéas Carneiro. Esta ficou P. da cara comigo, pediu que eu me informasse sobre a história do Brizola antes para só após então discordar da opinião dela. Foi o que fiz hoje a noite.

Não tenho vergonha de dizer que não conhecia a fundo a história do Brizola, pois nunca havia me interessado mesmo, admito. Claro que não sou tão alienado assim, né, gente. Sabia que ele tinha se exilado no Uruguai devido ao Golpe de 64, sabia que era afilhado político do ex-presidente Getúlio Vargas, sabia que havia fundado o PDT por que havia perdido o comando da antiga sigla para a Ivete Vargas e sabia que ele havia sido governador do Rio Grande do Sul e do estado do Rio de Janeiro por duas oportunidades.

O que eu não sabia e, confesso ter ficado bestificado ao saber, é a enormidade de escolas que esse cara fez, tanto aqui na nossa terra como lá na Cidade Maravilhosa. Como governador do Rio Grande do Sul, segundo o site wikipedia (enciclopédia digital), Brizola construiu mais de 6mil escolas. Gente, 6 MIL ESCOLAS!! É obra pá caraio!!! Como Chefe de Estado fluminense, Brizola deu continuidade aos investimentos pesados em educação e construiu o sambódromo do Rio de Janeiro.

Outra coisa que eu não sabia e, que após tomar conhecimento da enormidade de benefícios que este grande homem público concedeu ao povo acabou por me entristecer, foi a perseguição implacável da TV Globo, na figura do senhor Roberto Marinho, a pessoa do Brizola. Fiquei refletindo sobre o porquê da perseguição. Fiz de tudo para não me reportar a um raciocínio tendencioso, mas não adiantou. A única resposta que me vem é que todo político que ousar agir em favor da população menos favorecida será perseguido pela elite deste país. Por inúmeras oportunidades a rede Globo noticiou brigas entre ele e sua filha, Neusinha Brizola, misturando vida pessoal com vida pública. Toda esta perseguição acabou resultando no desgate da imagem do Brizola junto ao povo brasileiro, agravada ainda mais por seu apoio ao presidente Luiz Fernando Collor, em 1992, quando da campanha pelo impeachment deste.

Um erro, apenas um em meio a um turbilhão de acertos e de anos dedicados ao bem-estar do povo e ao progresso do país, resultou no encerramento melancólico de sua gloriosa trajetória política.

Agora, sabendo um pouco mais da vida do Brizola, vou me retratar com a minha mãe. Vou colocar a culpa na minha pouca idade na época, é lógico, rs! Quem dera se tivéssemos mais políticos empreendedores como foi o Brizola, estaríamos muito melhor. Este valorizou a educação como poucos, este provou realmente querer o bem e o progresso de sua pátria. Descanse em paz, guerreiro do povo!